Criado em 13 de abril de 1998 pela coreógrafa Cristina Castro, o Viladança é o primeiro grupo de dança residente do Teatro Vila Velha e foi gestado por um projeto anterior, também coordenado por Cristina Castro em colaboração com as dançarinas Rita Brandi e Selma França: o Bailavila.
Tendo como proposta a comunhão entre diversas linguagens artísticas e a verificação da dinâmica cultural em uma perspectiva contemporânea, o Viladança mostra a seriedade de sua proposta ao promover – sem apelos fáceis – o diálogo entre a cultura local e a universal, através da dança contemporânea.
Já no seu primeiro espetáculo, Sagração da Vida Toda, em 1998, a companhia bateu recorde de apresentações em Salvador e recebeu da FUNARTE – Fundação Nacional das Artes o Prêmio Mambembe de Revelação Nacional, num reconhecimento do público e da crítica especializada.
A partir daí, foi laureada em diversos editais de incentivo a dança e mais recentemente conquistou o reconhecimento da UNESCO através do Prêmio Unesco de Fomento das Artes, pela sua criatividade e desempenho técnico.
Com a criação e as atividades do Viladança, Cristina Castro mostra que é possível uma renovação estética, a partir de um olhar atento para as tradições culturais locais e da descoberta de sua contemporaneidade.
Já no seu quinto ano de existência, o Viladança iniciou a sua carreira internacional apresentando-se no Festival Brasil Move Berlim. No mesmo ano, através de intercâmbio cultural entre o Goethe Institut, Teatro Vila Velha e Teatro Burghof Lörrach, produziu e realizou temporadas de apresentações do espetáculo Caçadores de Cabeças (Headhunters), uma parceria inédita entre as diretoras Cristina Castro e Helena Waldmann.
A cada nova produção, o Viladança mostra a sua capacidade de recriar a própria linguagem, sem se acomodar a fórmulas que deram certo em seu repertório ou no vocabulário coreográfico. A pesquisa de movimentos e o processo criativo do grupo são desenvolvidos através do desafio de novas técnicas, sedimentadas em conexão direta com a arte contemporânea e a transversalidade das linguagens artísticas.
Seus dançarinos se reciclam em técnicas diversas que vão do balé clássico à capoeira, danças regionais, canto, atletismo, teatro, perna-de-pau, percussão, rapel. E participam ativamente no processo criativo de sua diretora/coreógrafa, num diálogo continuo.
Em 2004, a companhia estreou o musical infanto-juvenil Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, abrindo um Programa de Formação de Platéia para as Artes Cênicas totalmente voltado para crianças e adolescentes.
Aos poucos, tornou-se claro que a diluição de fronteiras escapa ao âmbito dos espetáculos e deve orientar também projetos de interação com diversas comunidades. Assim, surgiram projetos como o Improvilação, o EIC e o Mês da Dança no Vila, além de intercâmbios, oficinas e formação de plateia: ações que visam a levar a dança a estudantes das redes pública e privada de ensino e a camadas da população que normalmente não têm acesso ao teatro.
À medida em que ampliou a sua gama de ação, as características e objetivos do Viladança superaram os de uma companhia e passaram a abranger não apenas a criação de espetáculos, mas uma rotina de planejamento e fomento de atividades de dança. Surgia assim o Núcleo Viladança.